A falta de educação atingiu seu nível máximo: matou uma pessoa. Mais do que qualquer ato racista, a junção da ignorância e da maldade se mostraram letais ontem à noite, na saída do Arruda, após o empate entre Santa Cruz e Paraná. O resultado foi trágico e acabou matando o torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 25 anos. É de se lamentar profundamente como o futebol consegue potencializar os instintos mais primitivos num sujeito já predisposto à maldade.
As informações apuradas pela reportagem da Folha de Pernambuco dão conta de que poucos minutos após o apito final no gramado do Arruda, uma confusão começou na Rua das Moças, no entorno do estádio. De um lado tricolores, do outros torcedores de uma organizada do Paraná, complementada por torcedores de uma uniformizada do Sport, aliada dos paranaenses. Paulo Ricardo seria torcedor do Sport e morador do bairro do Pina.
Enquanto pedras e bombas eram atiradas de um lado para o outro, um torcedor do Santa Cruz, do alto da arquibancada inferior, um torcedor atirou um vaso sanitário e ele atingiu em cheio a cabeça de Paulo Ricardo, que foi ao óbito na hora. O torcedor assassino não foi identificado ainda. Segundo as informações do flanelinha que trabalha próximo ao local, Taylor das Neves, nem mesmo o episódio fatal fez com que as torcida pararam de se agredir. Somente a chegada da Polícia Militar foi capaz de tal façanha. “Eles estavam jogando pedra um no outro à distância, mas de repente eu vi um objeto grande sendo atirado no lado do grupo do Paraná”, informou Taylor, que ainda contou que mais dois torcedores foram levados feridos.
A reportagem da Folha de Pernambuco entrou em contato com o presidente do Santa Cruz, Antônio Luiz Neto, que cobrou uma punição ao culpado, independente se foi um tricolor ou não o responsável por arremessar o objeto fatal. “Isso é um problema de segurança pública. Estou consternado com o que aconteceu e isso prova que independe de torcida organizada ou não”, disse o mandatário coral, que não se mostrou preocupado com uma possível punição futura ao clube. “Não vejo motivos. O culpado sim, tem que ser pego. É um criminoso”, finalizou.
Responsável pela segurança no Santa Cruz, Major Bione disse que o clube irá abrir as portas do Arruda para que as investigações sejam feitas
